Minha primeira contribuição com esse blog será em tom de
melancolia. Melancolia essa, que nessa segunda metade de 2012 assolou a mim e
toda torcida do Internacional. Tivemos erros que comprometeram o desempenho da
equipe dentro de campo e veremos, depois de muito tempo, o ano ser encerrado apenas
com a conquista do campeonato estadual e com uma campanha a ser esquecida no
nacional.
A direção colorada errou no seu planejamento ao não perceber
que os profissionais do departamento médico e da preparação física estão muito
aquém do que o clube precisa para ser competitivo, disputando títulos ou ao
menos as primeiras colocações. Foram lesões em cima de lesões, vários jogadores
importantes com um longo e inexplicável tempo de recuperação, e retornos mal
calculados que resultaram em mais um período longe dos gramados. Outro erro atenuante foi a contratação de
estrangeiros acima do limite conhecido, mesmo sabendo que não poderiam ao menos
ficar no banco e que dois sempre sobrariam. Algumas contratações equivocadas também podem
ser responsabilizadas pela fraca campanha colorada nesse campeonato, não
preciso citar nomes, a torcida já sabe de quem se trata.
Ao longo da competição não posso negar que as convocações
também prejudicaram a equipe, caso que o campeão só pôde sentir após ter
garantido o título. Quanto ao comando técnico dois erros: o primeiro da direção
ao supor que o capitão das maiores conquistas, sem ter experiência nenhuma no
cargo, pudesse dar resultado e o segundo do próprio capitão, ao se deixar
convencer por tal teoria e ter aceitado a missão. Por fim, a eleição para
presidente que ficou na cláusula de barreira sem que o conselho pudesse
verificar a vontade dos sócios.
Ontem aconteceu o último jogo no Gigante antes da reforma e
foi uma triste despedida. Placar de 2x0 para o visitante, score que só serviu
para ao menos manter a simpática Portuguesa na primeira divisão do ano que vem.
O time colorado pela quarta vez consecutiva jogou com uma vontade semelhante a
que eu teria de ir a um show do Latino. Sem gana, sem raça, sem o ímpeto da
vitória e saiu de campo ao som de merecidas vaias da torcida.
Resta-nos ainda nesse esquecível ano de 2012 um último
alento, que é vencer o derradeiro encontro com o rival no estádio da Azenha,
estádio esse que já serviu de palco para muitos triunfos vermelhos, inclusive o
que decretou a última volta olímpica que seria dada nos seus domínios. Claro,
que pelo momento dos times, os que vestem tricolor são favoritos, mas sempre
fica uma chama de esperança, que pelo menos nesse último embate do ano nossos
jogadores queiram ficar na história do futebol gaúcho, como aqueles que ficaram
no primeiro Grenal do Olímpico, um sonoro 6x2 a favor do Inter, que queiram ao
menos nos dar esse gosto. Qualquer um pode vencer esse clássico, mas o que
desejo é que se por ventura formos superados, que pelo menos seja mostrada a
torcida, vontade de vencer, coisa que há quatro fins- de –semana não se vê no
Beira-Rio. Que venha o clássico e que venha logo 2013.