Na última semana houve um rebuliço no estado do Rio Grande
do Sul por conta da última sessão debaixo das lonas do Olímpico. Chamadas para
o público, homenagens, emoção e promessa de uma grande tarde.
Chegada e tão esperada hora, na tarde deste último domingo,
vimos um espetáculo bem diferente do esperado. Dois elencos de primeira
grandeza e um público digno de tamanho estardalhaço.
Vimos de tudo que deve estar presente num espetáculo
circense, começando pelo anão, representado pelo comandante tricolor que se
apequenou e colocou um time com um avante
apenas. Tivemos a defesa colorada com extrema habilidade, sempre no
limite, digna de um exímio equilibrista. D’alessandro segurando a bola com
movimentos que podem ser comparados a um ás do trapézio. Guiñazu com a coragem
e ousadia de um domador. Muriel e Renan que fizeram malabarismo para impedir o
tento tão esperado pelos tricolores, tentado até mesmo com um lance de acrobata
de Zé Roberto. Faltou o mágico? Não, o time de vermelho fez a mágica de segurar
heroicamente o resultado mesmo com dois componentes a menos e fazer a alegria
da minoria dos espectadores presentes no picadeiro adversário.
Vocês devem estar se perguntando, mas que espetáculo é esse
sem os mais esperados comediantes de cara pintada? Eles estiveram presentes sim
e era a esmagadora maioria. Afinal faz tempo que os torcedores do tradicional
rival da Azenha são feitos de palhaços por um time que sempre fica no quase,
fazendo até mesmo que eles se conformem com tão pouco. A imortalidade tão
propagada pelas bandas de lá serve como a maquiagem para esconder a escassez de
conquistas dos últimos anos. Novamente isso ficou nítido ao perderem, no descer
das lonas, a vaga direta para a grande turnê sul-americana, visto que se quiserem
figurar nela, vão ter que fazer ao menos mais duas audições.
Ao fim de tudo o respeitável público colorado saiu feliz com
a apresentação dos seus artistas, que puderam, ao apagar das luzes de 2012,
mostrar ao menos que são dignos de continuar fazendo parte da companhia.